FOI NUMA NOITE DE 20 DE JANEIRO DE 1973, QUE O NOSSO HERÓI FOI ASSASSINADO, EM GUINÉ-CONAKRY... MAS AMÍLCAR CABRAL NÃO CAIU. ESTÁ DE PÉ...! “UM PRECURSOR DA INDEPENDÊNCIA AFRICANA” NÃO PODE MORRER.
Os colonialistas portugueses, e seus aliados da circunstância, convictos que abateram o "Grande Homem" nessa noite, AMÍLCAR LOPES DA COSTA CABRAL, aliás ABEL DJASSI (seu pseudónimo de revolução)... Mas não, os colonialistas enganaram-se pois o nosso Homem, o Pai da Independência de Cabo-Verde e do pais irmão Guiné-Bissau não caiu, continua de pé, de pé continua a guiar com o seu pensamento. O seu ideal e os seus escritos ficaram, a vigilância da história continuará. Para além de ganhar uma guerra que vinha se alastrando nas terras de Guiné-Bissau desde 1963 e que combatia por uma causa nobre, o nosso Herói desmoronou 500 anos de tutela e de submissão, escravidão e fome que assolava principalmente as nossas Ilhas de Cabo-Verde.
Como é óbvio, sem AMÍLCAR CABRAL não haveria a Independência de Guiné-Bissau e Cabo-Verde, e o seu assassinato ao contrário fortaleceu a determinação e coragem dos seus companheiros, Guineenses e Cabo-Verdianos nos campos da luta até obrigar os colonialistas a rever os seus planos... Rumo à Independência.
A indignação do seu assassinato causou, na época, protestos em todos os continentes do globo, pois evidentemente que foi desnecessário e maquiavélico. A influência de AMÍLCAR CABRAL na luta de libertação e contra a exploração, do Homem Africano principalmente, tanto na teoria como na prática, ainda hoje é palpável e estudada nas grandes escolas do mundo. Inspira activistas e militantes de todas as partes do mundo... Raramente que não é evocado nalgumas reuniões de militantes Africanos na diaspora!
AMÍLCAR CABRAL, 12/09/1924-20/01/1973 |
OSCAR ORAMAS OLIVA, um amigo do nosso Herói , e ex-Embaixador de Cuba em Guiné-Conakry, escreveu no seu livro à propósito de AMÍLCAR CABRAL :
"Homem profundamente culto, os seus saberes não se limitavam ao seu país, estendendo-se também à cultura europeia e universal, adquiridos em Portugal e nas suas numerosas viagens. Fiel às tradições da sua terra natal, tinha um grande talento para apresentar as suas ideias, e dominava perfeitamente o que hoje se chama a arte da comunicação. CABRAL era um negociador brilhante, capaz de abordar qualquer assunto com simplicidade, sem palavras pomposas, mas sempre com muita profundidade, sabia conquistar com mestria os seus interlocutores.
Personagem activo em múltiplos domínios, CABRAL também deixa em seus escritos um balanço de uma excepcional riqueza..."
SAÏD BOUAMAMA, sociólogo, escritor, e professor universitário escreveu no seu livro à propósito de CABRAL:
“O pan-africanismo de CABRAL é coerente com essa concepção materialista da cultura. Em concordância com FRANTZ FANON e em desacordo com as primeiras posições de KWAME NKRUMAH, considera em 1965 que a unidade africana só pode ser construída gradualmente e que é "um meio e não um fim" da emancipação. Tal como FRANTZ FANON, CABRAL destaca-se dos apelos culturalistas e encantatórios à unidade africana”.
ROGER FALLIGOT, jornalista e escritor francês de várias obras literárias, entre os quais o seu volumoso livro a “Tricontinentale” concernente à famosa Conferência de 3 ao 16 de Janeiro de 1966, que teve lugar em Havana, na Cuba, na qual participaram 82 países. Conferência esta, em que CABRAL mais uma vez destacou-se como o maior "tribun" do evento !
Um encontro para preparar a revolução mundial onde, como é óbvio, para além de Che Guevara, Fidel Castro, participaram outros intelectuais e revolucionários da época, e evidentemente AMÍLCAR CABRAL, acompanhado por PEDRO PIRES entre outros, durante o qual Roger Falligot considera CABRAL o “vedeta” e o maior orador deste grande evento mundial, aliás como referiu no seu livro supra-citado:
“AMILCAR CABRAL não foi um líder comum, como muitos ideólogos que partiram para a luta armada por falta de outras opções políticas, ou levados pelo tumulto dos acontecimentos. Este Caboverdiano-Guineense era antes de tudo um homem do campo, um agrónomo que começara por estudar o substrato económico, cultural, social e tribal do seu país antes de resistir...! CABRAL, no final do seu discurso arrebatador, já interrompido várias vezes sob aplausos, preparou-se para concluir, esclarecendo mesmo informações que os cubanos prefeririam que estas permanecessem em segredo ainda por mais algum tempo, são elas: além das operações continental (Guiné-Bissau), o PAIGC preparava-se para lançar operações no Arquipélago de CABO VERDE, território querido que tem no seu coração já que era o de seus pais e o seu também...”
Entretanto, convém lembrar aqui que, esta Conferência teve a ausência notável de MEHDI BEN BARKA intelectual e revolucionário marroquino e um dos preparadores da supra-citada "Tricontinentale". Pois foi sequestrado e assassinado em Paris dois meses antes, com a ajuda dos “serviços secretos” franceses.