Convém frisar que este compatriota nosso foi antigo Ministro dos Negòcios Estrangeiros, e que jà tinha sido derrotado nas eleições presidenciais de 2001 pelo presidente cessante Pedro Verona Pires.
Para o novo Presidente da Repùblica de Cabo Verde as coisas são "claras" concernente à co-habitação que vai experimentar com o nosso 1° Ministro José Maria Pereira Neves. Aliàs disse: "O quadro das relações entre o Governo e o Presidente està claro na Constituição...E no nosso sistema de Governo, a estabilidade governamental depende menos do Presidente que duma maioria no Parlamento". E se disse?! Veremos.
Todavia, o futuro novo ocupante do Palàcio da Praia-Maria, beneficiou massivamente nestas eleições dos votos dos apoiantes do seu infeliz concorrente da primeira volta Dr. Aristides R. Lima, independente. Este na sua primeira declaração, cujo conteùdo bastante ambìguo, deixou transparecer claro a sua indicação para as urnas, ou seja a sua preferência implìcita para o seu concorrente do M.P.D. .
Que sejamos explìcito, o ex-candidato Dr. Aristides Raimundo Lima não jogou a solidariedade para com o seu colega do mesmo partido, o Eng. Manuel Inocêncio Sousa.
Não hesitou mesmo nas vésperas das eleições para apoiar indirectamente o novo Presidente de Cabo Verde, via um dos membros ìntimos da sua famìlia (fazendo conhecer via imprensa a sua preferência de voto). Caso inédito no historial das eleições em Cabo Verde.
Aliàs o Eng. Manuel Inocêncio Sousa na segunda volta teve dois adversàrios! O fantasma do Aristides R. Lima esteve sempre presente, aliàs os seus apoiantes não souberam esconder esta evidência visto que continuaram a campanha de uma certa maneira. Mas campanha para quem? Ou contra quem? Para a "Cidadania", disseram. Defesa de uma Cidadania (ameaçada?!) sob a manta de um sentimento vulgar e obscuro! Rancor é um prato que se serve quente, costumam dizer os franceses.
O "braço de ferro" entre os campos adversos, digamos dentro da regra e respeito pela democracia, nestas eleições presidenciais deixou o seu rasto de originalidade. A "Cidadania" estava na moda! Por outras palavras, de repente vimos surgir um pretexto fùtil para nos alertar que a "Cidadania" estava em perigo (ainda està?).
E sùbitamente, depois das eleições, o silêncio instalou em torno da pobre "Cidadania" ( tema querida do Aristides R. Lima e dos seus...). Ela sofreu mesmo com a sua utilização demagògica!
Enfim, houve falsas acusações que PAICV organizava "compra de votos" à grande escala, mesmo à nìvel internacional etc. .
Francamente, eu procurei uma loja de votos para comprar alguns para o meu candidato, infelizmente não encontrei esta loja! Lògicamente quando se organiza "compra de votos" (como se disse) é para ganhar e não para perder, é o mìnimo no racional das coisas.
Dr. Jorge Carlos Almeida da Fonseca. Presidente de Cabo Verde |
Depois das eleições, claro, averiguou-se que se tratava de falsa informação. A ùnica consolação para o Gerson, foi o pedido de desculpa (?) timidamente feito da parte do jornal em questão e comparsa que difundiram a ignòbil informação. Mas, tarde demais! O prejuìzo moral estava consumido!
Alguns dias antes das eleições desloquei-me à Rotterdam, pude constatar que esta falsa informação circulava velozmente, e alguns batedores da campanha souberam servir oportunamente.
Onde està a ética? Estranha estratégia! Para salvar a "Cidadania" mata-se a Ètica... Eu pensei que os dois valores rimavam...?! E felizmente continuo a pensar.
E no exterior temos ilustres defensores, do nosso modelo de democracia, como Alioune Tine, presidente de ONG "Rencontre Africaine pour la Défense des Droits de l'Homme", declarou: "Cabo Verde é um modelo na organização dos escrutìnios em Àfrica. As eleições passam-se na mais grande serenidade, e na transparência".
Uma consolação me conforta: O meu pai que era um bom filòsofo nas suas horas livres dizia à mim e aos meus irmãos: " Homi antis di mori é tà salta kôbon ku boroncera tudo dià, màs é kà pà sisi...È tà prendi manenti. Màs nhôs ten ki sabi iskodji, kél kuza ki kà bali nhôs dexal undi stà".
Convém salientar, que Pedro Pires prepara para deixar o poder sob um balanço largamente positivo, com uma economia nacional em plena expansão e um nìvel de pobreza em baixo...O PIB do nosso Paìs progrediu de 5,3% em 2010, contra 3,6% em 2009... São dados internacionais.
Faço votos que estes requisitos continuem com o novo Presidente da Repùblica.