Benvindo di Taninho - "NHU NAXU, RIBA’L KUTELO TA SUMARA MUNDO"

vendredi 20 janvier 2023

FOI NUMA NOITE DE 20 DE JANEIRO DE 1973, QUE O NOSSO HERÓI FOI ASSASSINADO, EM GUINÉ-CONAKRY... MAS AMÍLCAR CABRAL NÃO CAIU. ESTÁ DE PÉ...! “UM PRECURSOR DA INDEPENDÊNCIA AFRICANA” NÃO PODE MORRER.

Os colonialistas portugueses, e seus aliados da circunstância, convictos que abateram o "Grande Homem" nessa noite, AMÍLCAR LOPES DA COSTA CABRAL, aliás ABEL DJASSI (seu pseudónimo de revolução)... Mas não, os colonialistas enganaram-se pois o nosso Homem, o Pai da Independência de Cabo-Verde e do pais irmão Guiné-Bissau não caiu, continua de pé, de pé continua a guiar com o seu pensamento. O seu ideal e os seus escritos ficaram, a vigilância da história continuará. Para além de ganhar uma guerra que vinha se alastrando nas terras de Guiné-Bissau desde 1963 e que combatia por uma causa nobre, o nosso Herói desmoronou 500 anos de tutela e de submissão, escravidão e fome que assolava principalmente as nossas Ilhas de Cabo-Verde.

Como é óbvio, sem AMÍLCAR CABRAL não haveria a Independência de Guiné-Bissau e Cabo-Verde, e o seu assassinato ao contrário  fortaleceu a determinação e coragem dos seus companheiros, Guineenses e Cabo-Verdianos nos campos da luta até obrigar os colonialistas a rever os seus planos... Rumo à Independência. 

A  indignação do seu assassinato causou, na época, protestos em todos os continentes do globo, pois evidentemente que foi desnecessário e maquiavélico. A influência de AMÍLCAR CABRAL na luta de libertação e contra a exploração, do Homem Africano principalmente, tanto na teoria como na prática, ainda hoje é palpável e estudada nas grandes escolas do mundo. Inspira activistas e militantes de todas as partes do mundo... Raramente que não é evocado nalgumas reuniões de militantes Africanos na diaspora!

AMÍLCAR CABRAL, 12/09/1924-20/01/1973


OSCAR ORAMAS OLIVA, um amigo do nosso Herói , e ex-Embaixador de Cuba em Guiné-Conakry, escreveu no seu livro à propósito de AMÍLCAR CABRAL :

"Homem profundamente culto, os seus saberes não se limitavam ao seu país, estendendo-se também à cultura europeia e universal, adquiridos em Portugal e nas suas numerosas viagens. Fiel às tradições da sua terra natal, tinha um grande talento para apresentar as suas ideias, e dominava perfeitamente o que hoje se chama a arte da comunicação. CABRAL era um negociador brilhante, capaz de abordar qualquer assunto com simplicidade, sem palavras pomposas, mas sempre com muita profundidade, sabia conquistar com mestria os seus interlocutores. 

Personagem activo em múltiplos domínios, CABRAL também deixa em seus escritos um balanço de uma excepcional riqueza..."

SAÏD BOUAMAMA, sociólogo, escritor, e professor universitário escreveu no seu livro à propósito de CABRAL:

“O pan-africanismo de CABRAL é coerente com essa concepção materialista da cultura. Em concordância com FRANTZ FANON e em desacordo com as primeiras posições de KWAME NKRUMAH, considera em 1965 que a unidade africana só pode ser construída gradualmente e que é "um meio e não um fim" da emancipação. Tal como FRANTZ FANON, CABRAL destaca-se dos apelos culturalistas e encantatórios à unidade africana”.

ROGER FALLIGOT, jornalista e escritor francês de várias obras literárias, entre os quais o seu volumoso livro a “Tricontinentale” concernente à  famosa Conferência de 3 ao 16 de Janeiro de 1966, que teve lugar em Havana, na Cuba, na qual participaram 82 países. Conferência esta, em que CABRAL mais uma vez destacou-se como o maior "tribun" do evento ! 

Um encontro para preparar a revolução mundial onde, como é  óbvio, para além de Che Guevara, Fidel Castro, participaram outros intelectuais e revolucionários da época, e evidentemente AMÍLCAR CABRAL, acompanhado por PEDRO PIRES entre outros, durante o qual  Roger Falligot considera CABRAL  o “vedeta” e o maior orador deste grande evento  mundial, aliás como referiu no seu livro supra-citado:

AMILCAR CABRAL não foi um líder comum, como muitos ideólogos que partiram para a luta armada por falta de outras opções políticas, ou levados pelo tumulto dos acontecimentos. Este Caboverdiano-Guineense era antes de tudo um homem do campo, um agrónomo que começara por estudar o substrato económico, cultural, social e tribal do seu país antes de resistir...! CABRAL, no final do seu discurso arrebatador, já interrompido várias vezes sob aplausos, preparou-se para concluir, esclarecendo mesmo informações que os cubanos prefeririam que estas permanecessem em segredo ainda por mais algum tempo, são elas: além das operações continental (Guiné-Bissau), o PAIGC preparava-se para lançar operações no Arquipélago de CABO VERDE, território querido que tem no seu coração já que era o de seus pais e o seu também...”

Entretanto, convém lembrar aqui que, esta Conferência teve a ausência notável de MEHDI BEN BARKA intelectual e revolucionário marroquino e um dos preparadores da supra-citada "Tricontinentale". Pois foi sequestrado e assassinado em Paris dois meses antes, com a ajuda dos “serviços secretos” franceses.


mercredi 18 janvier 2023

SURPREENDENTE DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE FRANCÊS JACQUES CHIRAC, EM 2012, A PROPÓSITO DA ÁFRICA:  👇 

👉  “Nós sangrámos a África durante quatro séculos e meio. 
Em seguida saqueamos suas matérias-primas; depois, dissemos: eles, os africanos, não servem para nada...! 
Em nome da religião, destruímos sua cultura e agora, como as coisas devem ser feitas com mais elegância, roubamos seus cérebros graças às bolsas para estudos. Então, constatamos que a infeliz África não está em um estado brilhante, que não gera elites... Claro depois de ficarmos rico às custas dele, damos-lhe lição...
As pessoas só esquecem uma coisa: É que grande parte do dinheiro que está na nossa carteira vem justamente da exploração, durante séculos, da África. 
Não somente, mas muito vem da exploração da África. 
Então você tem que ter um pouco de bom senso. Não estou dizendo generosidade. Bom senso, justiça, para devolver aos africanos, eu diria, o que lhes foi tirado. Sobretudo porque é necessário, se quisermos evitar as piores convulsões ou dificuldades, com as consequências políticas que isso pode acarretar num futuro próximo” 
                                                  JACQUES CHIRAC
                               
"Presidente francês de mês de maio de 1995 ao maio de 2007"
                                        
Esta declaração supra-citada do Presidente Jacques Chirac me surpreendeu na altura, pela sua coragem embora já não estava Presidente. Homem político da direita, conservador de gema, o qual como é óbvio, não me lembro de ter nutrido alguma admiração para ele durante o seu mandato. Mas estou imensamente de acordo com esta sua inesquecível frase!

Entretanto não é inédito o facto que a África representa  23% da superfície de terras emergentes do Planeta, com imensos recursos nos seus subsolos que geram desde há séculos muitos apetites dos predadores, principalmente dos europeus.

Durante muito tempo pouco povoada, a chegada dos árabes-muçulmanos primeiro, seguida dos europeus, ao detrimento dos seus habitantes naturais que ainda hoje as consequências nefastas são visíveis e não foram fáceis as equações, e continuam a sê-las...! 

Os primeiros procuraram se instalar rapidamente ao mesmo tempo que impuseram guerras, a escravatura, sem esquecer a sua religião islâmica para melhor dominar e calmar os espíritos de revolta. 

Os segundos não procuraram se instalar rapidamente, mas chegaram com uma arma de destruição psicológica massiva que é a religião cristã, avidos de riquezas submeteram os nossos antepassados Africanos aos massacres, deportação, escravatura, seguida de uma colonização feroz. 

Esta declaração, em 2012, do ex-presidente francês Jacques Chirac, pode nos surpreender por ter sido feita por ele, mas o seu conteúdo não constitui uma novidade.